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Dia dos Labirintos - 6 de Maio


Petróglifos em Lanhelas, Caminha

O círculo

O círculo é o simbolo primordial da humanidade, consideramos o círculo porque nos permite ver em todas as direcções, é a totalidade onde o começo e o fim se juntam e juntos trabalham num aperfeiçoamento sem fim.

É experienciado a todo o tempo, o dia que se repete nesse padrão, o ano que se circula pelas Estações, o ir e o voltar...

Mandala em sânscrito quer dizer círculo sagrado e é a representação do Universo. Muitas vezes as mandalas são trabalhadas em areia ou materiais como pétalas ou pequenas pedras de forma a representar o microcosmos e macrocosmos num único movimento. Quando se trabalha estas duas prespectivas em uníssono é como se estívessemos a reconhecer o poder dos dois movimentos na nossa vida e a receber os ensinamentos dos dois pontos de vista. O círculo abraça o planeta, é o ovo que nos dá vida e tanto os povos do Tibete, como os nativos Americanos, os aborígenes Australianos ou as tribos Africanas revelam o círculo como a forma básica, a estrutura comum de onde tudo vem e para onde tudo irá.

A espiral

Existem jogos constantes de energias opostas que são manifestados na natureza, o ar quente que confronta o ar frio e cria colunas termais de ascenção ou a água quente e água fria que formam vórtices, e no caso dos tornados onde a raiva da destruição existe na periferia mas no centro, bem no olho da tempestade, existe um ponto de calma. A espiral é o círculo replicado, ao círculo é dada uma nova dimensão para se expandir.

Deparamo-nos com a forma espiralada em flores, nas gavinhas de plantas trepadeiras, em cascas dos caracóis, nas teias das aranhas, nas pinhas e até na coroa das nossas cabeças, o ponto de onde todos os cabelos irradiam. É uma forma facilmente reconhecida também nos nossos céus na inconfundível espiral que forma a nossa galáxia e muitas outras.

Todos os mestres espirituais ensinam a humanidade a restabelecer ordem em si mesmos, a encontrar a paz no epicentro do caos. Acções como as praticadas pelos dervixes sufistas que meditam numa dança que rodopia serve como forma de libertar da mente para mais facilmente chegarem à fonte, ao sol do sistema. O herói é aquele que se encontra e se aceita a si mesmo nessa viajem de auto-conhecimento que tantas vezes foi representada como um labirinto. Nessa viajem aceitamos a responsabilidade própria e de forma activa decidimos deixar para trás aquilo com que achávamos que nos representava mas que já não nos assiste em encontrarmos o caminho mais indicado.

O labirinto

O labirinto é o concêntrico que junta o círculo e a espiral. Há registos Pré-históricos de labirintos esculpidos em baixo-relevo, trabalhados em pedra sólida tanto na Europa como na Ásia e nas Américas, aqui no Minho e Galiza conseguimos encontrá-los nalguns locais. Os labirintos foram também transportados para a Grécia Antiga e mais tarde os Romanos usavam-no como padrão de pavimento tanto em mosaicos que se apresentavam nas villas ou em edíficios públicos. Estes labirintos foram também transportados para o Cristianismo e começaram a ser usados nos pavimentos de igrejas e catedrais. Mas porquê?

Estes labirintos não são aqueles que são quebra-cabeças, com becos sem saída que são feitos para gerar desorientação. Estes labirintos apresentam-se em várias formas mas são geralmente circulares e apresentam um único caminho que vai do extremo externo até ao ponto central e que contínua pelo mesmo caminho de novo ao encontro do exterior. As meditações em movimento trazem uma sensação de tranquilidade já que a mente está ocupada no movimento físico e nos deixamos envolver sem as resistências que tendem a acontecer numa meditação parada.

A ideia é seguir as voltas do círculo entrando numa espécie de transe que nos embala e nos deixa entrar nas profundezas daquilo que somos. Passamos por três fases distintas: a de redenção que nos pede para nos libertarmos do que já não nos molda, esta leva-nos até ao centro onde durante a recepção nos focamos em pensamentos de cura e de totalidade, quando escolhemos sair do centro aceitamos o caminho de renovação e regressamos à nossa essência, despidos de mais umas capas, que de tão pesadas nos faziam tombar. Funciona como um espelho de nós mesmos, onde o vazio só se encontra no movimento que nos cria.

É desta forma que gostávamos de vos convidar a fazerem parte do Dia Mundial dos Labirintos onde caminharemos "Juntos como um à uma da tarde" de forma a estarmos ligados aos muitos outros que estarão a meditar em labirintos pelo mundo fora,

 

Juntem-se a nós neste dia que promove a paz pela libertação interior:

Dia 6 de Maio às 12h00 na Praia de Afife.

Tragam piquenique para partilharmos no final da cerimónia.

+info na página dos organizadores oficiais:


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