A manhã começou bem chuvosa e por isso a lareira da sede da Associação Desportiva Cultural Montariense, já acesa pela Belosinda, deu para aquecer e dar alento para a actividade de preparação do Voluntariado Florestal dessa tarde.
O que são rios? São só os cursos de água ou mais do que isso?
Quais as árvores que existem naturalmente nas margens dos rios? Serão elas parte do rio? O que são zonas ripícolas?
Como é que nos podemos tornar criadores de floresta como o Gaio?"
Crianças e adultos fizemos perguntas e respostas a vários temas relacionados com as ribas e margens dos rios. Ficamos a conhecer a Borrazeira preta ou Salgueiro negro e como este é flexível. Percebemos que como pessoas podemos ajudar a multiplicar árvores por semente e não só. Preparámos estacas e aprendemos a enterrá-las, com as sobras fizemos uma infusão de ácido indolbutílrico, uma hormona vegetal que estimula o enraízamento, para dar força às estacas de Salgueiro e Sabugueiro. Conhecemos os Freixos, esses com raiz, e as sementes dos Amieiros que gostam de estar de raízes molhadas, sempre com os pés na água.
Tivemos connosco o Engenheiro Daniel Robalo, homem das florestas minhotas que passou muitos anos a coordenadar trabalho florestal e que para além da paixão pelo território tem um entusiasmo enorme por contar histórias desse tempo e a sua paixão pelas plantas.
Durante a tarde, e já sem chuva, a Joana Guedes Matos foi com um grupo de crianças mais velhas para a zona do Trilho do Pôr-do-sol para se aventurarem pela zona ribeirinha e onde construíram abrigos e pensaram em soluções para as muitas situações que iam aparecendo!
Enquanto eles iam à aventura os mais velhos estiveram a trabalhar numa zona mais à jusante do Rio Âncora que em coordenação cm os Baldios da Montaria vimos ser o mais apropriado,. Marcamos a regeneração natural perto da água onde encontramos Sanguinhos-de-Água ou Zangarinhos (Frangula alnus), Carvalhos Alvarinho (Quercus robur), Salgueiros-negro ou Borrazeira-preta( Salix atrocinerea), por ser uma margem de recarga de aquífero escarpada apesar estar tapada pelo Mimosal, pontualmente encontramos Giestas, Urzes, também arbóreas, Codeços e Tojo. Foram também marcadas algumas já plantadas Bétulas pelo projecto de limpeza das margens promovida anteriormente no local pela Câmara de Viana do Castelo. O local é altamente povoado por Mimosas e o desponte nesta época é vigoroso. Com isso procedemos ao arranque das mais pequenas e as podas de acumulação foram usadas para cobertura das plantas já marcadas e as plantadas por nós, também ajuda na sinalização. Plantaram-se alguns Freixos cedidos pela Gui Abreu de Lima já a subir em direcção aos terraços aluviais.
As crianças voltaram felizes com a Joana, também feliz, a pedirem se podiam repetir na próxima quarta, os mais velhos, recebê-mo-los de abraços abertos e juntos fomos lanchar de novo à volta da lareira com chocolate quente feito pela cozinheira Isís que tem as receitas na ponta da língua.
E assim foi o nosso dia da Restauração da Independência. Esperamos por vocês no próximo, em breve!
Um grande abraço a todos os que vieram e que são a Alma da Serra
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