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Época de Dióspiros I

Rita Roquette





Há processos que quando os iniciamos sentimos uma ritualização instantânea. As mãos parecem que se lembram das mãos antepassadas.


Na preparação dos Dióspiros hoshigaki tudo tem esse sentido sagrado. Desde o colher até ao pendurar há um temp(l)o que nos é mostrado como ancestral. Esta é uma dessas tarefas, uma técnica sábia usada no Oriente para a secagem desta fruta.


Colhe-se os Dióspiros ainda duros, mais laranja que magenta e com parte do ramo ainda acoplada. De seguida descascam se e atam-se a secar num sitio ensolarado e arejado, com corrente de ar. Porque este fruto, e especialmente imaturo, tem bastantes taninos as células começam a contrair e a criar uma nova "pele" exterior ficando mais escura. Quando esta está grossa o suficiente, depois de 7 a 10 dias, deve-se massajar 1 vez por dia para ir quebrando a polpa interna e ir libertando a água até os Dióspiros estarem totalmente secos, normalmente demora entrr 4 a 5 semanas, vê se uma camada branca de açúcar que vem à superfície.

Infelizmente choveu dias a fio dois dias depois de ter começado o processo de secagem e a humidade relativa do ar arruinou a produção. Os primeiros dias são principalmente críticos porque é quando estão mais expostos a fungos e bactérias. Ainda os tentei vaporizar com aguardente mas já estavam contaminados por fungos e não houve volta a dar. A repetir para no próximo Inverno!




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