Ia no carro de rádio ligado e fui informada de que hoje é o dia mundial da Mulher Africana, do Orgasmo, dos Microorgamismos e do Vigilante da Natureza.
Cartão de embarque para a possibilidade de integração desses diferentes símbolos. Fiz um colar deles, cada um é conta e conta a história do que vem a seguir.
Vejo a mulher Africana, em todas as suas formas de mulher, das largas às estreitas, redonda do sorriso aos pés mostrando o prazeroso orgasmo na fértil gargalhada. Ri-se com balanços de barriga, dança com o rufar do coração, agarra o pilão, faz música e pão e deixa um rasto de claridade brotar da sola, como quem afaga ao pisar. Tal qual alvura de fungo filamentoso descoberto no meio da folha escura em decomposição. Cuida do que sempre foi casa, o lugar a quem chama de mãe e de filha. O expoente do começo e da continuidade.
Mais finos que o pó, mais leves que o ar que os sustém. Caem na terra, renascem do quente, húmido e airoso, de esporos a hifas, estes microorganismos tornaram-se hoje visíveis. Mostram-se com a audácia de quem demonstra ao putrido que ainda pode virar nuvem, leve. Feijão de Soja e Trigo tostado cobertos de uma neblina agregadora chamada de Aspergillus oryzae, agora os três são um. E são já o molho de soja dos meus sonhos, que dança, ri e me faz sentir a terra tamboreando.
O êxtase vem no cuidar atento do potencial invisivel.
Commentaires